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Mostrando postagens de março, 2021

Einstein e o prêmio Nobel: Por que o efeito fotoelétrico e não a teoria da relatividade?

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Há quem reconheça o físico Albert Einstein apenas pela sua teoria da relatividade geral, proposta em 1915, que quebrava paradigmas já consolidados da física newtoniana acerca da gravitação universal.  Quem se aprofunda sobre tal dialética, provavelmente verá que a descoberta do cientista alemão foi de uma importância exorbitante, visto que as teorias do inglês Isaac Newton estavam consolidadas há séculos, e ninguém sequer as ousava questionar.  Contudo, se engana quem pensa que essa foi a maior descoberta de Einstein, formalmente falando, que apesar de ter lhe dado um status de magnificência no mundo acadêmico, não lhe rendeu o prêmio Nobel de física. O trabalho que lhe glorificou tal feito foi o efeito fotoelétrico, que discorreremos posteriormente. O contexto político e social em que Einstein se insere é primordial também para entendermos o porquê, provavelmente, do físico não ter tido tanto reconhecimento quando iniciou sua teoria da relatividade geral a ponto de levar...

Resumo do livro "O Homem e seus Símbolos" de Carl Jung

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Carl Jung foi um psiquiatra e pai da psicologia analítica que se destacou com seu trabalho inovador que deu novos moldes à psicoterapia vigente no século XX.  Nasceu em 1875 na Suíça e veio a falecer em 1961. Escreveu diversas obras que contribuíram veementemente para o desenvolvimento do estudo da psique e foi um exímio pesquisador de inúmeras áreas do conhecimento como arqueologia, alquimia, simbolismo e teologia. Um de seus últimos escritos foi "O homem e seus símbolos" , onde decidira produzi-lo tendo como objetivo uma estruturação geral e simplificada, a fim de tornar sua obra acessível a todos.  Em seu trabalho, o autor procura retratar o simbolismo dos sonhos e a diversidade primitiva da mente inconsciente dos indivíduos, citando estudos de caso, além de suas relações com outras ciências do conhecimento atreladas ao seu estudo do inconsciente.  O livro se divide em seis capítulos, sendo o primeiro deles feito por Jung, enquanto os outros cinco, por s...

Como a fenomenologia influenciou o existencialismo e denunciou os imperativos científicos

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O conhecimento na antiguidade Durante muito tempo, filósofos pré-socráticos se propuseram a estudar as características até então abstrusas do mundo que nos cercava. Desde Tales de Mileto até Heráclito, os conhecimentos adquiridos na Grécia Antiga foram elementares para alicerçar os meios pelos quais ideias posteriores se fundamentariam, mesmo que indiretamente. Um dos primeiros conceitos da tradicional erudição grega que tive contato, foi a teoria dos quatro elementos, idealizada por Empédocles, pensador pré-socrático, que é de interessante exemplificação simbólica para o objeto de entendimento da psique primitiva através dos arquétipos, por exemplo. Desse modo, nota-se que as concepções epistemológicas de eras anteriores ao modernismo científico se fundamentavam em descobrir a origem, o destino e uma verdade indubitável do universo, ainda que tenham inspirado algumas particularidades alegóricas e atemporais da mente humana no futuro, enquanto os existencialistas do século XIX e XX foc...

O marasmo existencial: a visão psicossocial do desconsolo alheio

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   A descoberta das aflições individuais Foi nas palavras de Jordan Peterson, excepcional psicólogo clínico, em um vídeo, que tive contato com a sentença "a vida é sofrimento". Frase que pode beirar ao simplismo mas que carrega consigo um certo peso reflexivo que inclusive me instigou à pesquisar mais sobre suas obras (destaque para  '12 Regras para a vida' , que foi um dos melhores livros que já li) e a área em geral. Através de um apontamento mais holístico, essa declaração é uma forma de amenizar a dor alheia, através da equiparação das consternações que um ou outro sofre de maneira particular pelo fato de ser algo inerente às pessoas como um todo. Peterson, numa visão bem schopenhaueriana, entende que o sofrimento é algo comum, e até pouco tempo atrás eu ainda complementaria, remetendo à um conceito de Nietzsche, como algo necessário, uma vez que ele molda o indivíduo. Tive certeza dessa suposição quando me deparei com uma frase de um excelente livro que se chamav...

Filosofias políticas: por que as pessoas ainda seguem o absurdo?

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Texto de abril de 2020 Será que era comum a relativização de atos imorais, normalização de discursos insólitos, e compactuação com o desapreço indireto e ás vezes direto e constante à constituição? Muitas indagações à serem feitas diretamente aos dirigentes do país em que se passam tais anormalidades, que viveu desde seus primórdios, passando pelo curso de diferentes políticas, correntes ideológicas, perfis individuais entre outras características intrínsecas de suas determinadas instâncias.  Quando a república foi instaurada no Brasil em 1889, tivemos um ponto de partida para as diferentes histórias das distintas políticas institucionais que se passaram até chegar no hoje, 2020. Trazendo pra contemporaneidade, o Brasil está sob o comando de um chefe de estado que é por si só, sua própria oposição. Porém, não é algo que se mostre perceptível à alguma parcela da sociedade civil. Parcela essa que se mantém intacta e alheia à constantes discursos depreciativos e insolentes que gradual...