Como a fenomenologia influenciou o existencialismo e denunciou os imperativos científicos
Durante muito tempo, filósofos pré-socráticos se propuseram a estudar as características até então abstrusas do mundo que nos cercava. Desde Tales de Mileto até Heráclito, os conhecimentos adquiridos na Grécia Antiga foram elementares para alicerçar os meios pelos quais ideias posteriores se fundamentariam, mesmo que indiretamente.
Um dos primeiros conceitos da tradicional erudição grega que tive contato, foi a teoria dos quatro elementos, idealizada por Empédocles, pensador pré-socrático, que é de interessante exemplificação simbólica para o objeto de entendimento da psique primitiva através dos arquétipos, por exemplo.
Desse modo, nota-se que as concepções epistemológicas de eras anteriores ao modernismo científico se fundamentavam em descobrir a origem, o destino e uma verdade indubitável do universo, ainda que tenham inspirado algumas particularidades alegóricas e atemporais da mente humana no futuro, enquanto os existencialistas do século XIX e XX focaram nos sentimentos e na vida cotidiana individual.
Ou seja, antes de Sócrates, Platão e Aristóteles não havia ainda um perfil mais analítico quanto ao ser na sua totalidade, e ainda que houvesse resquícios desse estudo ontológico nessa época, ele não era inteiramente genuíno e insuspeito. Uma vez que, os pensadores de tal época eram chamados de "filósofos da physis", ou seja, filósofos da natureza.
Sócrates, com a frase "conhece-te a ti mesmo" deu um ponto de partida para filósofos existencialistas da posterioridade propagarem suas ideias.
Contradições teóricas relacionadas à ontologia
Feito esse resumo, as experiências destacadas anteriormente não tinham alcançado ainda um patamar ontológico e existencial pleno, que ulteriormente seria extensamente abordado na contemporaneidade.
Ciência, filosofia e metafísica ainda não haviam englobado sequer parte da totalidade da essência cosmogônica, muito menos a natureza do ser, que seria preocupação dos pensadores existencialistas do século XX como Jean Paul Sartre, Martín Heidegger, entre outros.
Se definirmos a ontologia, que embora tenha suas particularidades tanto na filosofia aristotélica quanto na filosofia existencialista moderna, como um ramo da metafísica que estuda a natureza do ser na sua essência e a sua realidade transcendente, e a relacionarmos com a ciência tradicional, poderíamos obter alguma objeção qualitativa no tocante ao seu fundamento.
Criar-se-ia uma espécie de ambiguidade "moral científica" aos olhos dos menos eruditos pelo fato da ciência moderna mais tradicional ser menos "observadora e respeitosa" e mais categórica e imperativa quanto ao objeto estudado. E quando este é o ser, se torna impossível não "moralizarmos" o ambiente de pesquisa em algum momento.
Entretanto, o matemático francês Henri Poincaré já alertava que "não é possível que exista uma moral científica; mas também não é possível que haja uma ciência imoral". Ou seja, remetendo à teses epistemológicas, o método científico acurado deve transpor crenças e verdades parciais e morais, levando em conta sua validade cognitiva, sendo imune à regras reducionistas.
Resumindo, seria mais ou menos como nos utilizarmos da ciência padronizada para entender a essência de um ser divino, como Deus. Sabemos por certo que seria impossível compreender tal metafísica. Ocorre uma situação similar em relação a essência do ser.
Destarte, faz-se solução substancial procurar meios para compreender, não a realidade como conhecemos, mas sim as diversas possibilidades relacionadas à existência humana. O psicanalista Jorge Forbes já dizia que "precisamos legitimar uma nova época, e não usar velhas soluções para novos sintomas"
Origem da fenomenologia pura
Nesse caso, finalmente, entramos em contato com a fenomenologia de Edmund Husserl, escola científica que Heidegger afirmava ser a única capaz de tornar compreensível o tema do ser e do ente através da análise existencial.
Antes de tudo, vamos definir o que seria um fenômeno do ponto de vista científico. Fenômeno seria tudo o que se observa na natureza. Uma simples fruta sendo despejada de uma árvore qualquer seria um fenômeno, por exemplo.
Mas o que viria a ser a fenomenologia?
De posse da afirmação kantiana que explicita a impossibilidade de conhecermos as coisas na sua totalidade substancial, Edmund Husserl postulou que devemos aprender e buscar conhecê-las como elas nos aparecem. Aprendizado esse que seria alcançado através da fenomenologia.
Husserl, com preceitos fenomenológicos que derivam da suspensão de juízos (epoché), se opusera ao pensamento cartesiano e seu caráter numinoso, pelo fato deste se concentrar mais na razão e as ideias inatas predominando sobre o fenômeno estudado.
No livro Epistemologia das ciências sociais, Susana Chinazzo nos exibe uma boa definição: "A essência de todo pensamento fenomenológico está na tentativa de analisar o fenômeno nele mesmo, sem preconceitos ou pressupostos interpretativos".
De modo sintético, a fenomenologia procura não alterar abruptamente o espaço amostral do objeto observado.
Em termos simples, seria como se a ciência moderna tradicional ajustasse o objeto estudado aos seus padrões, ao passo que o método fenomenológico se ajustaria ao objeto estudado.
Além desse "respeito científico", o método supracitado demonstra um caráter de intencionalidade da consciência na formulação e avaliação daquilo que se observa no mundo exterior, levando em conta as respectivas temporalidades em que determinada consciência se encontra.
Logo, Husserl não entendia a mente humana como algo vazio, e sim adaptável e intencional nas suas concepções. Haja vista a frase de Husserl que cravava que "toda consciência é consciência de algo".
Resumindo, a consciência estaria para o objeto, assim como o objeto estaria para a consciência.
Esse viés mais observador vai influenciar correntes existencialistas e a filosofia da ciência posteriormente, como se verá a seguir.
Funções existenciais em Kierkegaard e Nietzsche
Se cavarmos mais a fundo a teoria existencialista, mais especificamente no século XIX, veremos o porquê da concepção convencionada de ciência sobre ela se mostrar ineficaz, e como citado anteriormente, demonstrar uma objeção qualitativa.
Kierkegaard e Nietzsche eram dois teóricos da área que, embora convergissem na tese de que no mundo não há sentido a ser encontrado, além do significado que damos a ele, divergiam na utilização de outros recursos, para suprir supostos vazios existenciais, por exemplo.
Recursos que Kierkegaard, como cristão, encontrava em Deus, ao contrário de Nietzsche, adepto do pragmatismo, que postulava que Deus é uma criação da nossa mentalidade e que posteriormente se encontraria morta por nós mesmos.
Vale um adendo que Kierkegaard não decretava que Deus seria determinante para o sentido do ser, e sim uma válvula de escape para determinadas situações. Ou seja, ele postula e mantém o pensamento tradicional do existencialismo de liberdade e possibilidades do ser. A teologia atingiria, para Kierkegaard, uma espécie de importância simbólica mas verdadeira dadas as diferentes individualizações.
Em algum momento, quando estudamos o existencialismo, nos deparamos com a seguinte frase: "A existência precede a essência". Afirmação esta, que vi pela primeira vez nos escritos de Sartre, que postulava que primeiro vivemos, e nos encontramos no mundo, para só posteriormente definirmos nossa essência.
Temos a liberdade para estar, e depois temos a consequência de ser. Nós seríamos a única espécie que não sabemos ser quem somos. Nós aprendemos, e procuramos evoluir.
"A existência precede e governa a essência" - Jean Paul Sartre
Assim, vemos o quão subjetivo ainda pode ser o debate existencial. Mesmo que a essência da significação do sentido do ser seja parecida, e até mesmo igual em todos os filósofos do ramo, há ainda discrepâncias sobre a substância do ser.
Se as teses existenciais englobam em geral a afirmação exibida anteriormente de que "no mundo não há sentido a ser encontrado", é mais uma prova de que podemos intuitivamente, partindo do pressuposto de que qualquer tipo de modelo científico que criamos advém exclusivamente do mundo observável, chegar à conclusão de que não poderíamos definir um sentido indubitável ao ser, olhando de fora, desse mundo observável.
Isso se mostra verdadeiro quando descobrimos que nós, seres velados em entes, somos maleáveis, e que apenas nós damos significado ao mundo. Para os críticos da ciência moderna tradicional então, provar-se-ia que, se nós que damos sentido ao mundo, com que direito tentam nos padronizar ou nos pôr num mero sistema de causalidade?
Fenomenologia acerca da ontologia e seus embates com o racionalismo e a psicanálise
Desse modo, a avaliação ontológica toma outras proporções quando analisadas de modo fenomenológico. Heidegger desejava expor o espírito interpretativo do homem. Em outras palavras, deveríamos entender que não somos simples seres orgânicos, e sim que nos relacionamos com o mundo exterior através de esferas historicamente pré-definidas.
Aqui entra um fator paradoxal em relação à outras ciências como por exemplo, a psicanálise. Freud e Heidegger convergiam na oposição à corrente da certeza cartesiana, contudo se esbarravam na hermenêutica do ser.
Heidegger, embasado pela fenomenologia, entendia que deveríamos gerir uma ciência que trate do conteúdo psíquico, porém que não se assemelhe à uma objetificação do sujeito. Nesse ponto, ele procura criticar a teoria freudiana, denunciando as adaptações filosóficas nela encontrados, e tenta subverter seu mecanicismo padronizado como, por exemplo, as pulsões agindo sobre o ser.
Se lembrarmos do existencialismo de Sartre mencionado anteriormente, ficará mais claro. Logo, é basicamente como se o ser humano, através de suas escolhas, definisse (inconscientemente) suas pulsões, e não o contrário.
Não citei Heráclito no começo do texto por acaso. Quem conhece sobre sua filosofia sabe que a mesma teorizava que tudo flui e tudo está em constante mudança. Séculos depois, esse pensamento se concretizava nesse embate acerca da ontologia.
"Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio" - Heráclito
Em suma, a teoria heideggeriana abarcava a conjuntura probabilística do ser e o fato de existirmos de maneira individualmente orientada e velada, diferentemente das coisas ao redor (entes). Portanto, estaríamos baseados nas constantes possibilidades de mudar, visto que somos um eterno vir-a-ser, e não meros objetos causalmente explicáveis.
Heidegger nos seminários de Zollikon entre 1959 e 1969, na Suíça, chega a citar que se "trata sempre do existir e não do funcionar de algo". Com essa frase, ele procura atingir os preceitos freudianos.
Jung, em seu livro "O Homem e seus símbolos", explicita algo semelhante quando ao descrever sua discordância com Freud, postula que antes de construir teorias gerais a respeito do homem e sua psique, deve-se aprender muito mais sobre o ser humano, e logo após conclui que "o indivíduo é a única realidade, e quanto mais nos afastamos dele para nos aproximarmos de ideias abstratas sobre o Home Sapiens, mais probabilidade temos de erro".
Vi algo parecido nas palavras de Einstein, que cunhou o termo "religiosidade cósmica", que poderia servir de auxílio para entender o ser. Com esse termo, ele buscou explicitar o estado em que os indivíduos poderiam atingir o entendimento religioso e/ou científico em sua pureza (quase) total.
Em outras palavras, Seria a posição em que não reconhece-se nenhum dogma e nenhum deus concebido à imagem do homem. Segundo ele, "o espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica".
Já que citei Einstein anteriormente, analogamente, a grosso modo, pode-se comparar parcialmente essa situação de indefinição ontológica e suas complexidades com o indeterminismo quântico e a incerteza de Heisenberg, por exemplo.
Resumindo a dualidade epistemológica em volta do relacionamento com o ser, entende-se que o estudo do mesmo não poderia se tornar refém de imperativos científicos e leis da causalidade, a fim de evitar deturpações quanto às suas definições, uma vez que o ser é naturalmente oculto e se manifesta através de um ente, sendo este consequentemente condicionado pelo ser.
Em outras palavras, ainda que munidos da religiosidade cósmica, tratar de entender o ser em sua totalidade é algo inimaginável. O caminho mais interessante seria aprender o objeto estudado, individualizar o tratamento e não adequar o indivíduo à uma tese específica, até que se mostre necessário.
Dualidade científica de Heidegger e Freud
Por isso, como mencionado anteriormente, Heidegger compreendia ser a fenomenologia o caminho mais responsivo até a análise existencial. Vale ressaltar que Heidegger constrói seu próprio conceito de fenomenologia atrelado substancialmente ao ser e sua incompletude na ontologia, diferente de Husserl que a fundamentara como algo mais geral. Ou seja, o ser seria velado e indecifrável.
Algo parecido e que pode ser uma analogia pertinente, é a teoria informal de que Kant teria "matado" a metafísica ao decretar a impossibilidade humana de conhecer certos conteúdos metafísicos.
Heidegger e Husserl, na mesma conjectura, teriam tentado "matar", respectivamente, a psicanálise e as ciências positivas ao criticar o determinismo científico em cima da teoria do ser?
Dialética saudável ou assolamento total da visão oposta?
Acerca do embate entre o heideggerianismo e a psicanálise, tem de se levar em conta que as descobertas das teorias freudianas são de fundamental importância revolucionária para o estudo da psique, e que a demonização completa da psicanálise seria infundada. Se formos por esse lado, estaríamos nos alimentando de um preconceito científico e misoneísmo descabido.
(Apenas salientando que não é o objetivo deste artigo adentrar em outros possíveis "erros" da psicanálise. Apenas me refiro ao caráter existencial e hermenêutico do ser.)
Heidegger, referindo-se à dicotomia psicanalítica, afirmara ser "fundamentalmente discutível se um método tão determinado por uma objetividade não-humana pode mesmo ser apropriado para afirmar o que quer que seja sobre o homem enquanto homem".
Heidegger acerta em cheio quando a critica, contudo, não considero que as duas teorias sejam excludentes, embora antagônicas.
Logo, imagino que sejam complementares, posto que o estudo da psique evoluiu, com influências de Heidegger, certamente. Lacan, por exemplo, amigo do próprio Heidegger, tinha uma visão parecida com a sua quanto ao ser e suas complexidades.
Reitero que devemos nos preocupar em não cairmos em determinados anacronismos ao criticar Freud e a psicanálise, uma vez que os tempos se alteram com uma velocidade estrondosa. Não seria muito pertinente, em 2021, pedir uma percepção mais plausível e epistemológica de alguém no fim do século XIX.
Não afirmo que áreas como a psicanálise e teologia, por exemplo, estejam dentro dos padrões corretos do valor ontológico, porém, não epistemologicamente para deixar bem claro, concluo que, devam ser reconhecidas na sua notoriedade representativa, ainda que precisem, de fato, serem questionadas.
Digo isso pois, ainda que formalmente devemos aceitar o caráter hermenêutico e indefinível do ser, campos psicanalíticos e teológicos, ainda que pelos padrões errôneos, há quem diga, auxiliam e geram valor ao indivíduo, mesmo que simbolicamente em alguns casos.
Lembra da dualidade citada anteriormente entre Kierkegaard e Nietzsche? Kierkegaard definiu Deus como uma saída, e não uma solução total, enquanto Nietzsche postulava que Deus não seria o caminho em hipótese alguma.
É uma situação similar ao confronto dos dogmas psicanalíticos com a teoria heideggeriana, só que ao invés de Deus, a discussão estaria em cima dos métodos utilizados por Freud como saída, que proporcionaram, sim, um avanço considerável na área da psicologia, ainda que faltem requisitos para estabelece-los enquanto métodos científicos aceitáveis.
O mecanismo é parecido, mas não igual. Nietzsche descarta totalmente a importância divina, enquanto Kierkegaard compreende que o fator divino goze de importância mesmo que parcial. Dadas as devidas proporções, Heidegger procura rejeitar parte da teoria psicanalítica, assim como Nietzsche rejeita a hipótese teológica.
Conclusão
Assim sendo, entretanto, não quer dizer que um campo de estudo humano seja desestruturado e passível ao ostracismo científico pelo fato de partir de pressupostos previamente definidos através de métodos estranhos à epistemologia pelo analista que estuda o objeto ou por carência de critérios de falseamento, por exemplo. Cabe aqui, a qualquer psicanalista ou teólogo, usar do bom senso e tirar proveito de princípios particulares de cada indivíduo e então, se necessário for, adaptá-los à sua teoria.
Logo, as ciências psíquicas se mostram como uma saída, ainda que entenda-se do ponto de vista ontológico a impossibilidade de definição do ser, pois vejo que ciências mais modernas estão em constante evolução, e devemos dar tempo às mesmas. Apressá-las é um caminho sem volta que perecerá em factoides e acabará por descredibilizá-las ao olhar leigo.
Reitero que, acho válido encontrar inexatidões em ciências modernas como a fenomenologia ontológica apontava, porém há de se colocar algumas vírgulas em certas afirmativas críticas e fenomenológicas dos existencialistas, e levar em conta as contribuições científicas permeadas por outros pensamentos validados simbolicamente, ainda que pautadas por padrões empíricos pré-definidos.
A dialética do tecnicismo científico deve se qualificar numa esfera mais compreensível, e não através de um proselitismo arrogante (que não era o que Heidegger fazia ao formular sua crítica, porém, muitos intelectuais assim interpretavam).
Cito isso pois, muitas linhas de pensamento filosófico desconsideram certos avanços, como os da teoria psicanalítica, sequer como científicos, pela sua carência de método científico e de falseabilidade, termo definido pelo filósofo Karl Popper.
Filósofo este que foi fundamental para o empirismo lógico na epistemologia, porém não irei me aprofundar tanto no estudo epistemológico e seus termos, mas em outra oportunidade, trarei os fundamentos de estudiosos da filosofia da ciência.
Não cabe a mim, aqui nessa discussão, dizer se tal ciência é ou não, na verdade, pseudociência ou protociência. Não pretendo fazer tal juízo, que ao meu ver, seria bastante precipitado, ainda mais para um leigo na área como eu.
Apenas reafirmo novamente que, mesmo que não seja ciência, uma área de estudo pode sim produzir eficiência em determinada situação. O caráter hermenêutico do ser também se torna importante nesse tipo de reconhecimento. Logo, devemos compreender determinados avanços, ainda que estes não se enquadrem num viés mais epistemológico.
Descartes em sua obra O Discurso do método foi cirúrgico: "A diversidade de nossas opiniões não se origina do fato de que alguns são mais racionais que outros, mas somente pelo fato de dirigirmos nossos pensamentos por caminhos diferentes e não considerarmos as mesmas coisas".
Imagine se pudéssemos, no dia-a-dia dos nosso conflitos, cruzar esses caminhos e nos dotar de uma capacidade hermenêutica para lidar com os mesmos. Assim é (ou deveria ser) a ciência. Fenomenológica ou não, ela deve ser pautada pelo conhecimento, e nós enquanto seres enigmáticos devemos ser pautados pelo que Descartes chamou de "moral provisória", a humildade para nos adequarmos à novas visões e suas contribuições.
Estamos em constantes mudanças enquanto entes ontológicos, e a ciência está em constante evolução enquanto caminho. Cabe a nós construir parte desse caminho para sua afirmação, uma vez que a ciência, assim como a democracia, passa por diversas ameaças e depreciações perigosas, e em nós, reside a capacidade de defendê-la.
Indicações:
CHINAZZO, Suzana. Epistemologia das ciências Sociais. 1º edição: Intersaberes, 2013.
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. 10ª edição: Vozes, 2015.
HEIDEGGER, Martin. Seminários de Zollikon. 3ª edição: Escuta, 2017.
DESCARTES, Rene. O Discurso do método. 1ª edição: Escala Educacional, 2006.
POPPER, Karl. O conhecimento e o problema corpo-mente. 1º edição: Edições 70, 2009
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