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O perigo da submissão em "Nos Cumes do Desespero", de Emil Cioran

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Emil Cioran certamente possui seu nome tatuado nas entranhas do niilismo contemporâneo. A visceral escrita do filósofo romeno emana uma paixão melancólica abissal. Escrito quando tinha apenas 22 anos, "Nos Cumes do Desespero" marca a entrada ao universo niilista pelo jovem autor, vencedor do Prêmio Jovens Escritores. O lirismo robusto e pessimista do autor convida o leitor a uma divagação sem censuras pelo mais obscuro dos caminhos existenciais. Não obstante, o enfoque central aqui se pauta nas divagações mais anímicas, relacionadas ao sujeito do lirismo. Dono de uma dissertação pesada, intimista e complexa, o escritor romeno trata de dezenas de temas inseridos no escopo espiritual. O ser lírico, a agonia, a irracionalidade cosmológica, o desespero, o grotesco, a morte, a melancolia, a lógica, o acaso, etc. Todos os temas se confluem a uma necessidade de maturidade absurdamente estranha para um garoto, detentor de uma escrita pesada, difícil e repleta de alegorias. Ao final d...